quarta-feira, 8 de abril de 2009

Carta de Uma Mãe Lusitana

Carta De Uma Mãe Lusitana À Seu Filho

Querido filho,

Te escrevo estas linhas para que saibas que estou viva. Te escrevo devagar, porque sei que não consegues ler rápido.

Bom, não vai mais reconhecer a casa quando vieres, porque nós mudamos.

Finalmente enterramos seu avô. Encontramos o cadáver com esse negócio de mudar de casa. Estava no armário desde aquele dia que ganhou da gente brincando de esconde-esconde, há 8 anos!

Hoje tua irmã Manoela teve uma criança, mas como eu não sei se é menino ou menina, não posso dizer se você é tio ou tia. Quem não term mais aparecido por cá, é o tio Venancio, o que morreu totalmente o ano passado e também o teu primo Jacinto, que sempre acreditou ser mais rápido que um touro, descobriu que não era! Estou agora muito preocupada com o seu cachorrinho Rex, que insiste em perseguir os carros parados e está ficando cada vez mais chato.

Ah! Finalmente os engarrafadores de refresco tiveram a grande idéia de pôr um letreiro na tampinha que diz: "Abra aqui! " Que achas?

Ontem, teu irmão José, fechou o carro com a trava e deixou as chaves dentro. Teve que ir até a casa para pegar as chaves reserva e poder nos tirar de dentro do carro.

Esta carta lhe mando pelo Moreira, que vais para aí. Ó pá, será que podes buscá-lo no aeroporto? Chega aí depois de amanhã ás nove e meia. . .

Bom meu filho, não te escrevo o endereço de casa, porque eu não sei. É que a última família que aqui morou na casa, levou os números da porta, para não mudarem o endereço.

Se encontrares por aí a dona Feliciana, viúva do seu Antônio Peixeiro da cá, dá-lhe um alô de minha parte e se não a encontrares, não precisa lhe dizer nada.

De tua mãe que te ama,

Ps. Ia lhe mandar uns Cem Escudos e alguns Euros, mas já fechei o envelope.

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