quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

No julgamento

Em um julgamento, o promotor de justiça chama sua primeira testemunha, uma velhinha de uns 90 anos.

— Dona Genoveva! — começa ele — A senhora me conhece, sabe quem eu sou e o que faço?

— Claro que eu o conheço, Carlinhos! Eu te conheci bebê!

— E, francamente, você me decepcionou. Você mente, trai sua mulher, manipula as pessoas, espalha boatos e adora fofocas.

— Você acha que é influente e respeitado na cidade, quando na realidade você é apenas um coitado. Ah, se eu te conheço! Claro que te conheço!

O promotor fica paralisado com as palavras da velhinha e, sem saber o que fazer, aponta para o advogado de defesa e pergunta:

— E este advogado, a senhora conhece?

— O Robertinho? É claro que conheço! Desde criancinha! Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele, coitadinha... Já sofreu tanto tentando ensiná-lo a ser um bom homem...

— Ele é preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar lição de moral para os outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os processos em que atuou.

— Então o juiz pede que a senhora fique em silêncio, chama o promotor de justiça e o advogado e fala para eles, em voz baixa:

— Se algum de vocês perguntar se esta velha me conhece, sai daqui preso! Fui claro?

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